Ticker

6/recent/ticker-posts

KIM JONG-UN, DA COREIA DO NORTE, SE ENCONTRA COM PUTIN NA RÚSSIA EM MEIO A ESPECULAÇÕES SOBRE ACORDO DE ARMAMENTOS

 


O ditador da Coreia do Norte, Kim Jong-un, chegou à Rússia em um trem blindado nesta terça-feira (12) para se reunir com o presidente Vladimir Putin, um encontro que vem sendo acompanhado de perto devido a especulações sobre um possível acordo de armamentos entre os dois países.

Kim iniciou sua viagem no domingo (10) a partir de Pyongyang em seu trem privado, acompanhado por uma comitiva significativa de oficiais militares, marcando sua primeira viagem ao exterior desde 2019, de acordo com imagens divulgadas pela mídia estatal.

A agência estatal russa Ria Novosti confirmou que o comboio atravessou a fronteira pelo "krai" de Primorie, uma divisão administrativa no extremo leste da Rússia, onde se espera que ocorra o encontro entre os líderes.

Após uma semana de especulações, Pyongyang e Moscou confirmaram a reunião na segunda-feira, mas não divulgaram a data exata nem o local do encontro. O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, afirmou que a reunião abordaria temas "delicados" para ambos os países vizinhos.

Analistas estrangeiros acreditam que a reunião ocorrerá em Vladivostok, onde Putin está participando de um fórum econômico, e que resultará em um acordo de venda de armas, apesar das advertências do governo dos Estados Unidos.

Essas fontes destacam que Moscou está interessada em adquirir projéteis de artilharia e mísseis antitanque norte-coreanos para a guerra em curso na Ucrânia, em troca de tecnologia avançada para satélites e submarinos nucleares, bem como ajuda alimentar para Pyongyang.

"Nossos países cooperam em temas delicados que não devem ser objeto de divulgação pública e anúncios", afirmou Peskov. "O mais importante para nós é o interesse dos nossos dois países, e não as advertências de Washington", acrescentou.

Kim demonstrou apoio à decisão de Putin de invadir a Ucrânia em fevereiro de 2022, o que, segundo Washington, incluiu o fornecimento de foguetes e mísseis. Essa alegação é negada por ambos os países.

Para Leif-Eric Easley, professor da Universidade Ewha, em Seul, não é surpreendente que Kim tenha escolhido a Rússia como seu primeiro destino após a pandemia. "A Coreia do Norte tem a munição de que Putin precisa para sua guerra ilegal na Ucrânia, enquanto Moscou tem tecnologia submarina, balística e de satélites que podem ajudar Pyongyang a superar os desafios de engenharia impostos pelas sanções econômicas", afirmou.

O governo dos Estados Unidos alertou que a Coreia do Norte pagaria "um preço" caso fornecesse armas à Rússia e retratou a reunião como uma jogada desesperada de Putin. "Eu descreveria isso como se ele estivesse suplicando por ajuda", disse o porta-voz do Departamento de Estado, Matthew Miller.

Washington teme que Moscou possa usar armas norte-coreanas para atacar o abastecimento de alimentos da Ucrânia e a infraestrutura de calefação antes do inverno. Cheong Seong-chang, pesquisador do Instituto Sejong, disse à AFP que uma ampliação da cooperação militar entre Coreia do Norte e Rússia poderia aumentar a probabilidade de um conflito prolongado na Ucrânia.

De acordo com o pesquisador, a recompensa a Pyongyang por ajudar Moscou poderia contribuir para acelerar o desenvolvimento de submarinos nucleares e satélites de reconhecimento norte-coreanos. O encontro entre Kim e Putin é observado com atenção, pois pode ter implicações significativas na geopolítica global e nas relações internacionais.






Postar um comentário

0 Comentários