Nesta sexta-feira, 15 de setembro de 2023, mais um capítulo se desdobrou na história do médium João Teixeira de Faria, popularmente conhecido como João de Deus. O juiz Marcos Boechat Lopes Filho, da comarca de Abadiânia, proferiu uma sentença que adiciona mais 118 anos de prisão à pena já cumprida pelo médium, elevando o total para 489 anos e 4 meses de reclusão. Esta nova condenação diz respeito aos últimos três processos que ainda estavam pendentes.
O Tribunal de Justiça de Goiás (TJGO) revelou que João de Deus enfrentava acusações de crimes sexuais relacionados a 66 vítimas, e agora ele foi condenado em relação a 56 delas. Esta sentença representa um marco na longa e complexa batalha legal em torno do médium, que já havia sido condenado anteriormente por crimes semelhantes.
Além da pena de prisão, João de Deus também foi condenado a pagar até R$ 100 mil em indenizações por danos morais às vítimas. Essas ações penais foram julgadas em primeira instância, e o médium cumpre prisão domiciliar em Anápolis, devido a uma decisão em segunda instância.
O TJGO destacou que a defesa de João Teixeira apresentou seis apelações contra as sentenças condenatórias, das quais algumas foram parcialmente providas pelo tribunal. Entretanto, duas delas estão atualmente em fase de recurso no Superior Tribunal de Justiça (STJ) e ainda não foram julgadas, não tendo acórdão emitido até o momento.
A investigação que levou a essas condenações teve início em dezembro de 2018, quando o programa "Conversa com Bial," da Rede Globo, exibiu uma reportagem com depoimentos de vítimas de João Teixeira de Faria. As mulheres alegaram terem sido vítimas de crimes sexuais enquanto buscavam tratamento espiritual na Casa Dom Inácio de Loyola, em Abadiânia.
Diante das denúncias chocantes, o Ministério Público de Goiás (MPGO) montou uma força-tarefa para investigar os crimes. Testemunhas foram ouvidas, e equipes específicas foram designadas para tratar do caso. O contato com as vítimas ocorreu por meio de e-mails, telefone e entrevistas presenciais. João de Deus chegou a ser preso, mas desde 2020, com o início da pandemia de Covid-19, ele cumpre prisão domiciliar.
Este caso, que abalou o Brasil e atraiu a atenção internacional, continua a ser um exemplo das complexidades do sistema judicial e da busca por justiça em casos de crimes sexuais envolvendo figuras públicas. Enquanto João de Deus enfrenta mais uma condenação, as vítimas esperam por um encerramento adequado de suas lutas por justiça e reparação.
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