CRISE ENTRE LULA E AS FORÇAS ARMADAS SE AGRAVA COM PACOTE DE AJUSTES E PRISÕES

 

A relação entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a cúpula militar está em ebulição. A crise foi intensificada após a inclusão das Forças Armadas no pacote de ajustes fiscais do ministro da Fazenda, Fernando Haddad. As mudanças na previdência militar, que incluem a exigência de idade mínima de 55 anos para a reserva, causaram insatisfação na caserna.

A situação piorou com as prisões de quatro militares acusados de planejar um golpe que incluía o assassinato de Lula, do vice-presidente Geraldo Alckmin e do ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes. Além disso, 25 militares foram indiciados pela Polícia Federal, incluindo sete generais. A investigação aponta o ex-presidente Jair Bolsonaro como figura central no suposto esquema.

Outro ponto de tensão foi a exoneração do coronel da reserva Anderson Freire Barboza, diretor de um curso na Escola Superior de Guerra. Em mensagens de WhatsApp, ele afirmou que as eleições de 2022 foram “roubadas sob a liderança de Alexandre de Moraes” e chamou Lula de “ladrão”. A repercussão levou o Ministério da Defesa a destituí-lo do cargo.

Com as Forças Armadas no centro das discussões sobre cortes orçamentários e investigações criminais, o diálogo entre o governo e os militares enfrenta mais um teste de resistência.